A aeronave em desenvolvimento pela Kitty Hawk se chama Cora (a empresa tem outro projeto de nome Flyer, mas há poucas informações a respeito) e, ao do contrário dos veículos aéreos da Airbus e da EHang, lembra um avião de pequeno porte, não só por conta do formato da cabine, mas também porque as hélices do equipamento são distribuídas entre duas asas que, juntas, apresentam quase 11 metros de envergadura. Na primeira olhada, você pode pensar que a aeronave precisa percorrer uma pista para decolar, afinal, ela tem rodas. Mas não é obrigatório: as hélices — 12 ao todo, sem contar o motor principal que fica na traseira da cabine — nas asas foram posicionadas de forma a permitir que o Cora faça decolagem e aterrissagem vertical.
No ar, o Cora pode alcançar altitudes de até 3 mil pés (cerca de 900 m) e atingir velocidades de até 177 km/h. A autonomia depende de vários fatores, mas, nas estimativas da Kitty Hawk, pode chegar a 100 km com uma carga completa — a aeronave tem motorização elétrica. O cockpit da aeronave tem capacidade para duas pessoas. Nenhuma delas precisa ter noções de aviação: como não poderia deixar de ser, o Cora está sendo desenvolvido para voar de maneira autônoma. Três computadores de bordo coordenarão toda a operação. Se um falhar, os demais continuam trabalhando. Obviamente, também haverá centrais de monitoramento com supervisão humana. Quando em funcionamento, os serviços da Kitty Hawk seguirão o modelo consolidado de transporte por aplicativo: o usuário define no smartphone origem e destino, confere a tarifa e aguarda a aeronave, que estará habilitada para pousar no topo de prédios ou em terrenos planos, por exemplo.
Mas o caminho até esse cenário é longo. A companhia precisa testar e aperfeiçoar o Cora para só então tratar de questões técnicas ou regulatórias nas cidades em que o serviço poderá ser oferecido. Aliás, a falta de infraestrutura adequada é um dos fatores que dificultam os testes do Cora nos Estados Unidos. A boa notícia é que a Kitty Hawk fechou um acordo com o governo da Nova Zelândia para realizar os testes por lá. O país tem grande interesse em iniciativas baseadas em energia renovável e, por isso, não hesitou em acolher o projeto. Com informações: The Guardian.