5 medidas que Elon Musk pode tomar para fazer dinheiro com o TwitterElon Musk recua e pede o retorno de alguns demitidos de volta ao Twitter
A proposta seria um desdobramento de um possível prejuízo decorrente do novo modelo de assinatura do Twitter Blue. O relançamento do sistema, que ofereceria o selo azul e menos publicidade no aplicativo, poderia render menos dinheiro do que os anúncios hoje veiculados para todos. Tudo isso teria ocorrido de modo fechado, sem a participação de funcionários ou qualquer formalização, quer seja em uma reunião por videoconferência, quer seja por e-mail. Trabalhadores da rede social teriam alegado que, após as demissões da semana passada, muitos sequer sabem quais os gerentes a quem responder pelo trabalho. Entenda como as assinaturas do Blue podem gerar prejuízo e como funcionaria o suposto paywall para todos no Twitter:
O problema do Twitter Blue
Quando foi lançado no ano passado, o Twitter Blue tinha como objetivo oferecer recursos extras para quem é heavy user da rede social. O foco era entregar utilitários para facilitar a rotina de quem lida diariamente com textos, fotos e vídeos na plataforma, além de dar um gostinho prévio do que está por vir com os recursos em fase beta. O que os executivos queriam, de verdade, era gerar uma nova forma de receita para o passarinho. A plataforma sempre dependeu do dinheiro dos anunciantes para se sustentar, mas o investimento caiu nos últimos anos, deixando as finanças delicadas. Desde que assumiu oficialmente o Twitter, o “efeito Musk” fez muitas marcas deixarem a plataforma com temor de elevação no ambiente tóxico. O medo seria decorrente do retorno de contas banidas por infringir as regras da plataforma. Discursos de ódio, movimentos antivacina e anticiência, supremacistas e outros grupos extremistas poderiam ter sua voz restaurada no Twitter. E obviamente que a maioria dos anunciantes não quer ver sua propaganda associada a pessoas com atitudes socialmente condenáveis. Com o Blue, uma receita pequena, porém constante, passou a engordar o caixa. Mas quando Elon Musk anunciou a alteração do preço e a liberação do selo azul para os assinantes, o tiro parece ter atingido o próprio pé. A atualização mais recente do aplicativo, lançada no sábado, dizia que o novo Blue já estava disponível. Mas o serviço ainda não estava implementado, logo os inscritos ainda não tinham recebido o selo azul e apenas poderiam desfrutar os recursos originais.
Nova versão poderia trazer prejuízos
Após questionamentos sobre possíveis efeitos de se liberar milhares de contas novas e verificadas em meio às eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, a empresa precisou adiar o lançamento. Isso obviamente fez com que muita gente que assinou o serviço o cancelasse, com a frustração de ter gastado seus US$ 8 em vão. A versão atual do Blue tem pouco mais de 100 mil assinantes ativos, segundo a Platformer. A reformulação deixaria o preço 37,5% mais caro, valor que pode pesar no bolso. Seria necessário oferecer muito mais que as funcionalidades atuais, e o marketing pessoal agressivo de Musk, para convencer as pessoas a assinar. A equipe do Twitter tentou convencer o bilionário a criar um sistema de recursos extras para contas comerciais e governamentais, já que muitas usam a rede para alcançar seus públicos. A ideia teria sido deixada de lado em favor de oferecer a verificação em grande escala antes. Mas o maior problema em oferecer o Blue reformulado, seria a redução pela metade da carga de anúncios no aplicativo do Twitter — promessa de última hora feita pelo CEO da SpaceX. Essa ideia de Musk é interessante para o usuário, porém péssima para a empresa: estimativas da Platformer mostram que o Twitter perderia cerca de US_jobs(data.conteudo)nbsp;2 por usuário em receita de anúncios somente nos Estados Unidos. Ao se considerar as comissões cobradas pela Apple e pelo Google sobre o valor da assinatura mensal de US$ 8, que chegam a 30% do valor arrecadado, o Twitter deixaria de ganhar muito dinheiro com a mudança. O CEO da rede social teria sido alertado por executivos, como a diretora de gerenciamento de produtos da empresa Esther Crawford, mas ignorou completamente o pedido. “Há um tomador de decisões e sou eu”, teria dito Musk, de acordo com atas de reunião compartilhadas com funcionários no Slack. A decisão tomada levou ao próximo passo: a cobrança para acesso ao conteúdo.
Paywall para todos
Na semana passada, o Twitter anunciou uma ferramenta para os criadores publicarem seus vídeos e escondê-los atrás de um paywall. Quem quiser ver o conteúdo precisará desbloqueá-lo mediante o pagamento de uma quantia em dólares. Esse é um formato consagrado pelo site OnlyFans, famoso pelos vídeos pornográficos, mas inédito na rede social do passarinho. Com o Twitter Blue dando prejuízo para empresa, Musk teria sugerido uma solução drástica: o paywall para tudo. A ideia seria cobrar de todos uma taxa de assinatura para usar o Twitter.Uma das sugestões ventiladas seria o estabelecimento de um tempo limitado a cada mês para uso, exigindo uma assinatura para continuar navegando. A proposta teria sido discutida com conselheiros da empresa em reuniões recentes, mas sem qualquer consulta aos trabalhadores. Esse é um modelo muito usado por sites jornalísticos, que estabelecem uma quantidade limitada de matérias acessíveis gratuitamente antes de fechar os conteúdos para o modelo pago. O paywall nos veículos de comunicação é considerado um dos fatores de fortalecimento da desinformação e das fake news pelo mundo, afinal o conteúdo falso circula livremente, enquanto o verdadeiro e de qualidade fica confinando a uma dúzia de assinantes.
Qual é o futuro do Twitter?
Ainda não se sabe se essas propostas de paywall no Twitter são verdadeiras. A rede social não comentou publicamente sobre o assunto nem deve fazê-lo, afinal os poucos funcionários que lá estão precisam se desdobrar para manter o serviço em funcionamento. Enquanto isso, o rival Mastodon, que também utiliza um modelo de microblogging, segue em crescimento acelerado desde o dia 27 de outubro. De lá para cá, houve um acréscimo de quase 500 mil novos usuários, permitindo o alcance de um milhão de pessoas ativas. A verdade é que um modelo defasado como esse vai penalizar os usuários atuais e afastar a entrada de novas pessoas, o que possivelmente afugentaria ainda mais os anunciantes. O Twitter nunca mais será o mesmo, como o próprio dono já afirmou algumas vezes, mas espera-se que a mudança seja para melhor. Fonte: Platformer