Esse é um ponto delicado. Nas demonstrações do Duplex durante o Google I/O, ficou claro que as pessoas que atenderam aos telefonemas não perceberam que estavam falando com um computador. Isso é efeito da capacidade da tecnologia de, efetivamente, se expressar como humanos, incluindo aqui pausas que fazemos quando estamos pensando e sons como “mm-hmm”. Passada a admiração inicial, vieram as implicações éticas. Por exemplo: uma pessoa que descobre só depois da ligação que conversou com uma máquina pode se sentir desconfortável por não ter percebido antes ou por ter tido uma conexão, ainda que momentânea, com um indivíduo que não existe. Como resposta aos questionamentos, o Google explicou que a tecnologia terá “divulgação embutida”, o que indica que o Duplex deverá informar no início da ligação que a pessoa do outro lado da linha está conversando com um sistema. “Entendemos e valorizamos a discussão em torno do Google Duplex — como informamos desde o início, a transparência na tecnologia é importante”, disse um representante do Google ao The Verge, que continuou: “estamos projetando o recurso com divulgação embutida e nos certificaremos de que o sistema seja identificado adequadamente. O que mostramos no I/O foi uma demonstração inicial da tecnologia”. Veja também: 5 respostas sobre a tecnologia que faz o Google Assistente parecer um humano no telefone É inicial mesmo. A tecnologia só lida com conceitos específicos (nos exemplos demonstrados, reservar mesas e agendar horários), ainda não sendo capaz de conduzir conversas gerais. Por isso, não há data para o Duplex ser amplamente disponibilizado via Google Assistente. A companhia fala apenas em algo para os próximos meses.