99 testa carro elétrico em corridas na cidade de CuritibaServiço Beepbeep de carro elétrico compartilhado estreia em São Paulo
O maior problema de qualquer veículo elétrico, tipo de carro que existe desde o final do século 19, é a autonomia de bateria. Atualmente várias empresas já utilizam pacotes de baterias que entregam mais de 400 quilômetros de alcance com apenas uma carga, o que dá quase que a distância entre as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro (pela BR-116, é de 434 quilômetros). A Mazda lançará o MX-30 no começo de 2020, um SUV que é completamente elétrico e que não pensou na longa autonomia, entregando 200 quilômetros em uma carga. Em entrevista para a imprensa da Europa, Christian Schultze, diretor e gerente geral no centro de desenvolvimento da Mazda para Europa, diz que o motivo da escolha por baterias menores está na poluição que todo o processo de fabricação das células e da própria energia geram. Schultze afirma que a quantidade de CO2 emitido pela fabricação das baterias e geração da energia do carro é semelhante ao do Mazda 3, um hatchback compacto e que utiliza diesel como combustível. O problema é que a empresa não leva em conta que há locais onde a produção de energia é feita sem qualquer emissão de poluentes na atmosfera, como é o caso de boa parte do Brasil – que apenas uma pequena fração da energia é gerada a partir de combustíveis fósseis. Na própria Europa, a principal fonte de geração de energia não é mais o carvão desde 2017, quando a energia eólica, solar e de biomassa ultrapassaram juntas a geração de eletricidade por carvão. Na metade deste ano, a consultoria britânica Wood Mackenzie previu que em 2035 as fontes renováveis de energia serão a principal escolha por custo e por menor poluição do ar, seja para transporte, comércio e até construção civil. No Reino Unido, uma das maiores provedoras de energia, a Scottish Power, utiliza apenas energia criada a partir de fontes renováveis desde 2018, eliminando por completo a emissão do dióxido de carbono. A Mazda parece ignorar isso, já que o executivo afirma que o cálculo para a decisão de baterias menores leva em consideração a emissão de CO2 no longo prazo, até mesmo quando o pacote de baterias é substituído para manter o desempenho do carro – isso pode ocorrer depois de 160 mil quilômetros rodados. Apenas por comparação, enquanto a Mazda escolheu um pacote que gera 35,5 kWh de energia, a Tesla coloca um pacote de até 100 kWh no Model S e X, com até 75 kWh no Model 3, que é o modelo mais barato da empresa e que oferece autonomia de até 500 quilômetros. O Chevrolet Bolt, que é um carro elétrico focado em ser mais popular e que será lançado no Brasil, foi lançado internacionalmente com bateria de 60 kWh e em 2020 chega com 66 kWh. Com informações: Automotive News Europe.