Seu gato te ignora de propósito, segundo estudoGato sem órgãos genitais surpreende cientistas no Reino Unido
Comunicação e afeto
O movimento rítmico, caracterizado pela extensão e retração alternada das patas em algum objeto, é realizado desde os primeiros momentos da vida do gatinho. É parte da amamentação, pois ajuda a mãe a produzir leite ao liberar ocitocina — evolutivamente, é provável que o comportamento tenha sido selecionado especialmente para isso. E as vantagens evolutivas não param por aí, já que os gatos utilizam uma forma de comunicação tátil e com base em feromônios, muito bem aproveitada quando “amassam pãezinhos”. A almofada das patas felinas é ocupada por glândulas odoríferas, que soltam feromônios específicos durante o comportamento de extensão, associados com ligação, identificação, estado de saúde e muito mais. É o que os filhotes usam para comunicar tudo isso a suas mães. Um dos feromônios é conhecido como “apaziguador de gatos”, saindo das glândulas sebáceas no entorno das glândulas mamárias. Além de servir para satisfazer os filhotes e criar um vínculo entre eles e suas mães, ele também trata a agressão em gatos mais velhos. Caso alguém esteja se perguntando a razão, então, para que gatos adultos também se comportem assim, há algo que chamamos de neotenia. A neotenia ocorre quando um animal adulto ainda mantém algumas características da juventude, sejam elas físicas ou comportamentais. Para os gatos, é provável que tais comportamentos sejam vantajosos de alguma maneira, como na socialização com humanos e outros felinos ou demais animais da casa. Amassar pãozinho pode ser uma maneira do gato estar mostrando um vínculo com você, incluindo-o em seu grupo social.
Reforçar e cuidar
Alguns gatos até simulam estar sugando algo do tecido no qual estendem as patas, numa imitação da amamentação, provavelmente gerando um momento relaxante para o bichinho. Nós, humanos, podemos reforçar o comportamento ao recompensar os animais de estimação com atenção ou petiscos quando eles amassam pãozinho. Caso eles utilizem unhas e machuquem você, no entanto, o melhor não é simplesmente afastar o felino, mas sim recompensá-lo apenas quando está com as unhas retraídas. Uma palavra mais enérgica para impedi-los de usar as unhas, quando começam, também pode ajudar. Em algumas ocasiões, por fim, a atitude pode ser preocupante, quando se tornar compulsiva ou frequente demais, a ponto de machucar as patas, pernas ou boca do bichinho, por exemplo. Em algumas espécies, é mais comum que amassar pãozinho se torne compulsivo, como nos siameses e birmanos. Isso pode indicar estresse, dor ou outros problemas, e nesse caso é hora de levar seu gatinho ao veterinário. E caso ele nunca amasse pãozinho, não há nada com que se preocupar: assim como os humanos, cada felino demonstra afeto e vínculo à sua própria maneira. O importante é continuar amando e cuidando do seu bichinho! Fonte: The Conversation