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O caso do homem que comeu demais aconteceu em Singapura e as consequências de comer tanto e tão rápido foram descritas em um relato de caso, feito por pesquisadores e médicos do National University Health System (Nuhs), na revista científica Gastroenterology Journal. Para adiantar, o paciente precisou ser internado e passou por sessões de lavagem estomacal.
O que acontece quando a pessoa come rápido demais?
“A distensão gástrica rápida devido ao consumo de alimentos, que não são mastigados, resulta em grandes pedaços de partículas sólidas de alimentos se acumulando no estômago, impedindo que eles entrem no duodeno [parte do intestino delgado]”, explicam os autores do relato de caso sobre o início dos problemas comuns aos gulosos. De forma geral, pessoas que comem rápido demais, enquanto devoram grandes quantidades, correm o risco de desenvolver os seguintes problemas de saúde:
Pancreatite aguda;Lesão renal; Gastroparesia (condição que impede o esvaziamento do estômago);Pneumonia por aspiração;Asfixia;Perfuração gástrica;Síndrome de Boerhaave (ruptura do esôfago);Obesidade mórbida;Óbito em casos extremos.
Homem que comeu demais precisou ser internado
Por sorte, o caso do paciente de Singapura foi relativamente “leve” e apenas as duas primeiras complicações — a pancreatite aguda e a lesão renal — foram observadas. No momento da alta, estava bem, o que não significa que tudo tenha ocorrido de forma tranquila. Antes da hospitalização, o indivíduo estava vomitando e sentia mal-estar generalizado. Além disso, estava com o “abdômen tenso e distendido” e tinha alterações significativas no hemograma (exame de sangue) — contagem elevada de leucócitos (glóbulos brancos). Para dimensionar o problema, a equipe realizou uma tomografia computadorizada (TC) do estômago do paciente, na qual foi possível observar uma grande massa de comida, literalmente, entupindo seu estômago. Esta massa estava esmagando os órgãos próximos, como o pâncreas, os rins e o intestino.
Como o paciente teve alta do hospital?
Para aliviar o quadro do paciente, os médicos testaram diferentes soluções, como a lavagem estomacal. No entanto, os problemas do paciente que comeu demais permaneciam. Neste ponto, foi cogitada uma cirurgia. “Os planos de uma gastrostomia aberta para remover as partículas de comida não digeridas foram abandonados, quando o paciente liberou [as primeiras] flatulências", detalham os médicos. Conforme o homem liberava os gases que estavam presos no sistema digestivo, os sintomas melhoravam. Finalmente, o paciente conseguiu evacuar, o que resolveu o seu problema sem a necessidade de uma intervenção cirúrgica. Passados 5 dias, ele teve alta do hospital. Fonte: Gastroenterology Journal